Vocês devem ter notado que passei uns dias fora.
Fui viajar, viver a vida, conhecer Recife, Porto de Galinhas e Olinda. E foi ótimo. Depois conto mais.
E foi lá que constatei a clara mudança no mercado da moda brasileira. Uma mudança que eu já sabia que vinha acontecendo há alguns poucos anos, mas não tinha tido a oportunidade de experimentar, na pele.
Trata-se do Plus Size. Quem me conhece, sabe que sou gordinho "plus", e é hiper difícil para mim e os demais plus Brasil afora encontrar roupas em tamanhos maiores, específicos pra esse nicho do mercado.
Pois bem, qual não foi meu choque ao notar, em várias lojas que visitei, a presença de números maiores, e uma grande facilidade para encontrar roupas bacanas pra minha pessoa?
Essa tendência começou no Estados Unidos: uma parcela incrivelmente elevada da população se encontra acima do peso, mas também quer se vestir bem. Hoje já é possível encontrar plus size de grandes grifes, afinal nós, plus size, também queremos nos vestir bem.
Aliás, a top das top do momento é a modelo brasileira Flúvia Lacerda, que é um amor de pessoa a a modelo plus size mais bem paga do mundo. Assisti à entrevista dela para a Marília Gabriela, e me tornei fã da garota. Saca só o que ela disse:
"No Brasil a gordinha é sempre a empregada ou a amiga engraçada. Ela nunca pode subir no salto e ser poderosa. Nunca fui encanada com meu manequim.", disse. "No Brasil a gordinha procura roupa pelo tamanho, porque não tem disponibilidade de modelos. Nos Estados Unidos eu descobri que tinha moda para o meu corpo. Eu vou vestir uma roupa que eu curto e não 'a que fica melhor'"A gracinha da Flúvia é tãããão foda, que recebe cerca de 30 Mil dólares por trabalho! E ainda é linda.
É lógico que existe um outro aspecto no plus size que a própria Flúvia sempre aborda: a questão da saúde.
Nem todo mundo é magro, ou magérrimo. Nossos organismos são diferentes. Há alguns meses entrei numa reeducação alimentar, estou fazendo academia e estou me saindo bem eliminando gordura e adquirindo um estilo de vida mais saudável. Me sinto cada vez melhor assim. Mas também descobri, devido ao meu organismo, que não vou ficar hiper magrinho. Continuarei com proporções mais avantajadas, continuarei, em certa medida, plus size. A própria Flúvia disse na entrevista que concedeu ao "De Frente com Gabi", que ela é saudável e se sente à vontade com o próprio corpo.
Acho que aí está a chave da moda plus size: entender que existem pessoas diferentes que querem e podem se vestir bem e com bom gosto, basta que o mercado inverta a lógica excludente da moda atual: a moda tem que ser feita para nós, pessoas, consumidores, e não o contrário. Ser plus size está aí: não se deixar consumir pela lógica P, M, G.
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